segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A juventude negra tem direito ao futuro!

É comum ouvirmos que no Brasil todas as pessoas têm as mesmas oportunidades e são tratadas de maneira igual. Por meio do “mito da democracia racial”, nega-se que o racismo exista aqui. E esse mito é reforçado todos os dias através dos meios de comunicação, do sistema de ensino e dos governantes, que negam as diferenças existentes, tentando nos convencer que ser negr@ ou branc@ no Brasil significam a mesma coisa.
Essa ideologia criou a crença de que temos direitos iguais, inclusive, é isso que a Constituição de 1988 diz, não é? Mas na realidade, isso não acontece. @s negr@s são @s que mais sofrem com a violência urbana e policial, vivemos hoje um verdadeiro genocídio da juventude negra. A possibilidade de um jovem negro, entre 15 e 24 anos, ser assassinado é 139% maior do que um jovem branco (dados do Mapa da Violência de 2012).
Se um negro já é oprimido, as mulheres negras são ainda mais! Elas são as que recebem os piores salários e que se encontram nos trabalhos mais precarizados. Um exemplo disso é que, dos 7,2 milhões de trabalhadores domésticos, 93% são mulheres e dessas, 61,6% são negras (dados de 2009 do IPEA).
Há uma “demonização” das religiões de origem africana, que são estigmatizadas e mal-vistas na sociedade. E a Educação, que deveria romper com esse ciclo, hoje reafirma uma suposta democracia racial e esconde a história d@s negr@s.
Apesar da Educação pública ser um direito assegurado na constituição, apenas alguns têm acesso à ela. Nas Universidades públicas, a entrada de negr@s é ainda mais restrita, o vestibular funciona como um verdadeiro funil.
Hoje negr@s e pard@s são um total de 50,7% da população brasileira, mas dentro das universidades públicas representam apenas 8,3%. Isso mostra que as cotas sociais são insuficientes para que a juventude negra tenha acesso às universidades. E mesmo quando estes conseguem ter acesso ao ensino superior, não existem políticas efetivas de assistência estudantil que proporcionem sua permanência.
O Estado brasileiro agiu e age de forma violenta e discriminatória contra @s negr@s e mesmo depois da escravidão ser abolida nenhuma medida de reparação história foi adotada. Desde a escravidão até hoje, o racismo é uma barreira que impede @s negr@s a terem acesso a direitos essenciais.
Nesse sentido, as cotas raciais são medidas paliativas, porém hoje necessárias! Elas não representam um fim em si mesmas e são uma maneira de tentar minimizar os desequilíbrios derivados do racismo historicamente sofrido pel@s negr@s.
Defender as cotas não significa dizer que @s negr@s sejam menos capazes intelectualmente, mas sim que eles passam por muitas barreiras, o que impede que haja igualdade entre branc@s e negr@s sem políticas específicas para isso.
 Você já parou pra pensar quant@s negr@s estudam na sua sala? Ou então, no seu curso? É provável que sejam pouquíssimos! Na UEM, além de não existir Casa do Estudante, nem creches para filhos das mães estudantes e o RU estar fechado, ainda não existem cotas raciais! Nossa luta é pela implementação das cotas raciais e também por uma política eficaz de assistência estudantil, que permita que a juventude negra não só entre na Universidade, mas que consiga ao longo desses anos se dedicar ao estudo e aqui permanecer.

Essa luta é de tod@s nós, vem com a gente!


Se os problemas são os mesmos, por que lutar separad@s?


 Somente com a LUTA conseguiremos vitórias.

Vem com a gente! Junt@s, mesmo nadando CONTRA-CORRENTE, venceremos!


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