Você já ouviu alguma dessas frases: “atrás de
um grande homem sempre existe uma grande mulher”, “tinha que ser mulher mesmo”,
“também, olha a roupa que ela estava usando”, “parir é assim mesmo, na hora de
fazer não gritou”, “a mulher é a rainha do lar”, “mulher no volante, perigo
constante”? Você já sofreu ou conhece alguma amiga que sofreu estupro ou
violência doméstica?
Isso é machismo!
E nós, mulheres, vivenciamos
diariamente uma série de ataques machistas. Somos tratadas como objeto sexual,
sofremos agressões físicas e psicológicas, somos desestimuladas a denunciar
nossos agressores (isso quando não somos julgadas culpadas pela agressão
sofrida) e não temos liberdade sobre o nosso próprio corpo!
O machismo é uma
ideologia muito enraizada na nossa sociedade e se expressa de diversas formas.
A Universidade é um ambiente que está permeado por essas idéias. Isso é visível
nos trotes/calouradas - onde acontecem “brincadeiras” que muitas vezes
envergonham e humilham as mulheres, as tratando como objetos sexuais -, e
também nas piadas machistas e o assédio de professores.
Aqui na UEM, o
“Regulamento disciplinar do corpo discente”, além de ser um ataque ao movimento
estudantil, ainda proíbe “(...)
executar atividades e usar vestimentas que atentem ao pudor” (Art. 7 - XVIII). Tal artigo abre possibilidade pra diversas
interpretações, o que seria uma vestimenta que “atente contra o pudor”? Agora,
uma coisa é clara, só as mulheres serão encaixadas nesse “critério”, porque
devido ao machismo existente em nossa sociedade, em toda e qualquer situação
(incluindo o estupro) as mulheres são culpabilizadas!
A falta de assistência
estudantil e estrutura afeta ainda mais as mulheres, pois são elas as que mais
sofrem com a falta de iluminação da UEM, com medo de serem assaltadas ou
violentadas, sofrem com os diversos casos de estupro na Universidade e em seus
arredores (na zona 7, por exemplo). Além disso, as mães estudantes não contam
com vagas na creche para deixar seus filhos, que só atende os funcionários da
UEM.
E dentro do movimento estudantil
também é comum que as mulheres sejam relegadas à tarefas secundárias, ao invés
de pensar política, se encontram em tarefas somente internas. As mulheres são
educadas a se calarem, a não participarem de discussões, especialmente
políticas, então, temos que, a todo momento, incentivar nossas companheiras a
se expressarem. E as atitudes machistas, como desmerecer suas opiniões, só
fazem com que elas se afastem ainda mais. Por isso, nós, sempre fizemos e
continuaremos fazendo o combate intransigente a atitudes como essas.
Algumas de nossas pautas são: exigir mais iluminação
no campus, mais vigilantes mulheres e maior preparo dos vigilantes para lidar
com a diversidade. Vagas na creche para @s filh@s d@s estudantes e a revogação
do regulamento disciplinar discente da UEM. O fim dos trotes violentos,
integração não é opressão. A criação de um espaço de apoio à estudantes que
sofreram algum tipo de violência machista, racista, homofóbica ou transfóbica.
Machismo e machistas não passarão!
A chapa Contra-corrente tá nessa luta, e
você? Vem lutar com a gente!