segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Sobre o machismo

  Você já ouviu alguma dessas frases: “atrás de um grande homem sempre existe uma grande mulher”, “tinha que ser mulher mesmo”, “também, olha a roupa que ela estava usando”, “parir é assim mesmo, na hora de fazer não gritou”, “a mulher é a rainha do lar”, “mulher no volante, perigo constante”? Você já sofreu ou conhece alguma amiga que sofreu estupro ou violência doméstica?
            Isso é machismo!
        E nós, mulheres, vivenciamos diariamente uma série de ataques machistas. Somos tratadas como objeto sexual, sofremos agressões físicas e psicológicas, somos desestimuladas a denunciar nossos agressores (isso quando não somos julgadas culpadas pela agressão sofrida) e não temos liberdade sobre o nosso próprio corpo!
          O machismo é uma ideologia muito enraizada na nossa sociedade e se expressa de diversas formas. A Universidade é um ambiente que está permeado por essas idéias. Isso é visível nos trotes/calouradas - onde acontecem “brincadeiras” que muitas vezes envergonham e humilham as mulheres, as tratando como objetos sexuais -, e também nas piadas machistas e o assédio de professores.
          Aqui na UEM, o “Regulamento disciplinar do corpo discente”, além de ser um ataque ao movimento estudantil, ainda proíbe “(...) executar atividades e usar vestimentas que atentem ao pudor” (Art. 7 - XVIII). Tal artigo abre possibilidade pra diversas interpretações, o que seria uma vestimenta que “atente contra o pudor”? Agora, uma coisa é clara, só as mulheres serão encaixadas nesse “critério”, porque devido ao machismo existente em nossa sociedade, em toda e qualquer situação (incluindo o estupro) as mulheres são culpabilizadas!
        A falta de assistência estudantil e estrutura afeta ainda mais as mulheres, pois são elas as que mais sofrem com a falta de iluminação da UEM, com medo de serem assaltadas ou violentadas, sofrem com os diversos casos de estupro na Universidade e em seus arredores (na zona 7, por exemplo). Além disso, as mães estudantes não contam com vagas na creche para deixar seus filhos, que só atende os funcionários da UEM.
      E dentro do movimento estudantil também é comum que as mulheres sejam relegadas à tarefas secundárias, ao invés de pensar política, se encontram em tarefas somente internas. As mulheres são educadas a se calarem, a não participarem de discussões, especialmente políticas, então, temos que, a todo momento, incentivar nossas companheiras a se expressarem. E as atitudes machistas, como desmerecer suas opiniões, só fazem com que elas se afastem ainda mais. Por isso, nós, sempre fizemos e continuaremos fazendo o combate intransigente a atitudes como essas.
          Algumas de nossas pautas são: exigir mais iluminação no campus, mais vigilantes mulheres e maior preparo dos vigilantes para lidar com a diversidade. Vagas na creche para @s filh@s d@s estudantes e a revogação do regulamento disciplinar discente da UEM. O fim dos trotes violentos, integração não é opressão. A criação de um espaço de apoio à estudantes que sofreram algum tipo de violência machista, racista, homofóbica ou transfóbica.
               Machismo e machistas não passarão!


    A chapa Contra-corrente tá nessa luta, e você? Vem lutar com a gente!